Comprar uma casa é um dos maiores investimentos que a generalidade das pessoas faz ao longo da vida. Logo, é um processo muitas vezes de grande ansiedade, em que não há a calma necessária à tomada de uma boa decisão. Muitas vezes com a pressão para fechar o negócio cometem-se erros que reduzem a margem para poder negociar. Se vai comprar uma casa e quer pagar o menos possível, saiba o que não deve fazer.
1.Não ter os seus limites definidos
Se não souber até onde pode ir, como poderá negociar com segurança? Para agir estrategicamente tem de conhecer os seus limites. Então, antes de tudo, saiba quanto quer gastar e quanto pode gastar. Se vai recorrer a crédito habitação faça uma consulta com o seu banco ou use um serviço de mediação de crédito, não tem custos e pode apresentar-lhe propostas com condições interessante. Este passo vai deixá-lo mais seguro na negociação.
Uma estratégia interessante pode ser gerir limites de valor para comprar consoante o tempo que passa. Claro que esta estratégia depende da urgência que tem em comprar a casa! Por exemplo, se começou agora a procurar casa, ainda está numa fase de perceber o que consegue ou não comprar com determinado valor, portanto comece por estabelecer um limite de preço mais baixo. Se passar algumas semanas e perceber que a esse preço não encontra o que pretende, passe para outro patamar de preço, e assim sucessivamente, até encontrar uma casa que corresponda ao que procura, a um preço que o deixe confortável.
Este ponto é muito importante. No caso de pedir um crédito habitação, esta será uma despesa mensal que o acompanhará durante alguns anos. Portanto, embora até possa teoricamente comprar uma casa mais cara, deve sempre pensar se quer “viver” para pagar a casa.
2. Não se informar em condições
Quanto mais informação conseguir, mais estrategicamente poderá agir. Informação é poder em qualquer processo de negociação. É nos pequenos detalhes que pode estar o segredo para o sucesso de uma negociação.
Conheça bem o mercado onde está a comprar, para saber se está perante uma boa ou uma má opção. Pode sempre contar com a ajuda de um agente imobiliário, ele saberá logo quais os imóveis que mais se identificam com o que pretende. Faça sempre uma lista dos vários imóveis que vai analisando, comparando o tamanho da casa, o ano de construção, localização e facilidades, tais como o estacionamento ou escolas na área envolvente. Com este método, terá a noção de quais as casas que realmente valem a pena visitar.
Mas não se preocupe apenas com a oferta de mercado. Procure saber o máximo possível sobre quem está a vender a casa. Porque está a vender? Que urgência tem em completar o negócio? O que pretende fazer depois de tudo estar concluído?
Tendo estas informações do seu lado, conseguirá perceber o que pode utilizar a seu favor.
3. Não se manter neutro
Se acha que é um processo muito mais fácil ao estar acompanhado por um consultor imobiliário, acha muito bem! Os profissionais desta área sabem o que fazem, e tomam conta do trabalho mais complicado de negociar o preço de uma casa.
É importante que durante as visitas a casas se mantenha neutro, ou seja, não demonstre demasiado entusiasmo – mesmo que seja a tal! Portanto mantenha-se discreto, não visite uma casa mais do que duas vezes e nem manifeste de forma muito efusiva o seu interesse, porque, para o vendedor, isso será o mesmo que dizer-lhe que está disposto a pagar mais pelo imóvel, será um ponto que o fará negociar menos.
4. Não saber como funcionam as propostas e contrapropostas
O desconhecimento pode deixa-lo em desvantagem. Depois de encontrar a casa certa para si saiba como deve agir no momento de fazer uma proposta. A sua proposta deverá ser composta dos seguintes pontos:
- Valor de compra – É o valor total que é proposto para comprar a casa;
- Valor do Sinal – Valor que lhe é possível dar para garantir a compra da casa (normalmente no mínimo 10% do valor de compra apresentado);
- Prazo de realização do contrato de promessa de compra e venda (CPCV) – Aqui deve esclarecer o tempo que necessita para assinar o contrato;
- Prazo para realizar a escritura – Depois de assinar o CPCV, deve indicar quantos dias precisa para realizar a escritura;
- Condições – Deve indicar se aguarda alguma resposta para poder prosseguir com o processo de compra;
- Forma de pagamento – Identifique qual será a forma de pagamento, se irá pagar a pronto ou se vai requerer um crédito habitação.
Se a sua proposta for esclarecedora, destacar-se-á das outras e facilita a escolha ao vendedor.
Deve antever todos os passos e prevenir-se para contrapropostas diferentes da sua inicial.
5. Fazer propostas sem sentido e ser lento
Existe um erro, especialmente praticado por compradores de “primeira viagem” – fazer uma proposta substancialmente abaixo do valor anunciado para a venda da casa. O problema desta escolha é que corre o risco de não ser levado a sério e de não obter uma resposta.
Seja justo nas suas propostas! Se uma casa não estiver acima de preço não diminua muito o valor proposto para compra ou simplesmente não altere o valor pedido. Poderá, por exemplo, propor um sinal alto dentro do seu orçamento ou propor um prazo flexível para a escritura se o vendedor ainda habitar a casa. Existem outras formas de negociar sem ter de, forçosamente, propor um valor de compra menor para a casa.
Por vezes, fazer propostas baixas, vai faze-lo perder a atenção do vendedor, que com o passar do tempo se interessa por outra proposta. Proponha o seu melhor de forma estratégica. O pior que pode acontecer é perder a casa que quer por dois ou cinco mil euros ou porque foi lento demais a responder a uma contraproposta do vendedor.
Se preferir tratar de tudo com a ajuda de um consultor imobiliário será um processo mais fácil. Terá conselhos o tempo inteiro e muitas destas questões são asseguradas pelo profissional. Terá uma pessoa com conhecimento e experiência a representá-lo.
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